Tapioca, chia, goji berry, glúten: mocinhos? vilões?
Sera que eles ajudam?
Alguns alimentos sempre estiveram ali, ao nosso alcance, mas, de repente, viraram super-heróis da dieta. Ou supervilões. Mas, afinal, será que eles são mesmo tudo aquilo que andam dizendo por aí?
“Não existe nenhum alimento que por si só vai exercer o efeito emagrecedor. Emagrecimento é um processo de reeducação alimentar. É necessário ativar o metabolismo com um combinado de alimentos certos”, adianta a nutricionista funcional e esportiva Luciana Harfenist.
Listamos, abaixo, quatro alimentos que vêm sendo incluídos ou excluídos da dieta, com promessas de emagrecimento. Confira:
- GOJI BERRY
“Goji berry promete emagrecer até 5 kg em 1 mês.” “Goji berry tem poder rejuvenescedor.” “Goji berry elimina celulite.” Mas não é exatamente assim, e Luciana Harfenist esclarece como o goji berry atua no organismo, em função desses benefícios.
“O goji berry tem carotenóides, responsáveis por proteger a fruta do tempo e eles têm o mesmo efeito no nosso organismo. Por isso dizem que rejuvenesce, mas isso é a ação antioxidante, ou seja, apenas retarda o envelhecimento”, explica.
A fruta não emagrece ou elimina a celulite, exatamente. “O que ela faz é reduzir a produção das substâncias inflamatórias. Celulite é a inflamação nas células de gordura”, avisa.
- CHIA
Emagrece e reduz a gordura? Hum, ajuda. Mas não adianta nada se não estiver aliada a uma alimentação saudável. “A chia é fonte de fibra. A fibra gera saciedade, melhora o trânsito intestinal, ajuda a absorver melhor os nutrientes e melhorar a detoxicação hepática (retirada de substâncias tóxicas do organismo, que ocorre principalmente pelo intestino e fígado)”.
Luciana explica que essas sementes têm fibra solúvel, o que aumenta pelo menos 10x o tamanho dela, por isso sacia tanto. “Mas a chia, ao contrário do que muitos pensam, tem bastante caloria. Não é alface!“, alerta.
- GLÚTEN
Muita gente pensa que tirar o glúten da alimentação é sinônimo de emagrecimento. E, de fato, como ele está presente em pães e biscoitos, quando se exclui esse grupo de alimentos, consomem-se menos calorias. Mas não pelo glúten, exatamente.
“O glúten interfere na permeabilidade da membrana intestinal, responsável pela absorção dos nutrientes. Se eu tenho alteração nesse metabolismo, passo a absorver o que não preciso, facilito a entrada de toxinas”, explica Luciana.
A especialista lembra, ainda, que para uma dieta sem ele é preciso recomendação médica.”Mas não é todo mundo que precisa. Se o paciente não tem nenhum problema de intestino, substituir o pão normal pelo integral funciona na dieta”, avisa.
Para a desintoxicação, avalia a especialista, é preciso tirar o glúten da rotina alimentar porque ele interefe na digestão. “Mas existe um periodo de desintoxicação. Meu detox dura 21 dias, no máximo”, alerta.
- TAPIOCA
A tapioca é uma alternativa ao glúten, ao pão do dia a dia, conta a nutricionista. “Mas ela não tem nada de emagrecedor e nem nutricionalmente é melhor do que qualquer outra farinha. A tapioca tem alto índice glicêmico e engorda bem”, alerta.
Segundo ela, 2 colheres e meia possuem 140 calorias, o equivalente a uma porção de pão, quatro torradas ou uma batata doce de 100g. A grande diferença é que a digestão é mais fácil que a de glúten, explica.
Por Renata Pinheiro