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Maca Peruana vira mito – Matéria Revista O Globo

ASSUNTO: Matérias

Maca peruana vira mito porque aumentaria libido e controlaria apetite

Da família dos tubérculos ela é consumida em pó ou cápsulas

RIO – Conhecida como “Viagra dos incas” e “milagre dos Andes” em seu país de origem, a maca peruana mantém esta fama graças a altas concentrações de ferro, cálcio e zinco. Somadas à fartura de fibras, carboidratos e vitaminas (B e E), as “atribuições” teriam como consequências para o organismo o aumento da energia e da potência sexual, o combate ao estresse e ao envelhecimento da pele e o controle da depressão e do apetite, entre outras. Mais: para homens e mulheres, afloraria a libido; no caso deles, ainda estimularia a produção de espermatozoides.

— Por ser rica em ferro, a maca peruana ajuda no combate à anemia. Por causa do cálcio, é recomendada para mulheres na menopausa, pois atenua ondas de calor. O zinco é essencial para a formação de esperma — diz a nutricionista Luciana Harfenist. — Então, além de melhorar o rendimento e de proporcionar disposição, estimula, de forma natural, a produção de hormônios sexuais femininos e masculinos.

Um estudo coordenado por um pesquisador da Universidade Peruana Cayetano Heredia, publicado no ano passado no “Asian Journal of Andrology”, é referência para especialistas na área aqui no Brasil. A pesquisa acompanhou os efeitos da maca peruana em homens de 24 a 44 anos por quatro meses, e comprovou que o nível de testosterona subiu, assim como a quantidade de espermatozoides. Por isso, acredita-se que a proeza de melhorar a potência sexual e seu suposto efeito afrodisíaco não são lenda, diz Luciana Harfenist

— A maca peruana promove um estado geral de bem-estar. O equilíbrio hormonal auxilia no controle de estresse, ansiedade e depressão, e também melhora a potência e o desempenho masculinos, ajudando na disfunção erétil e na fertilidade — observa o nutrólogo Romualdo Lima.

Da família dos tubérculos (raízes de plantas como rabanete, inhame e batata-doce), a maca peruana é consumida por aqui na versão em pó (também chamada de farinha de maca peruana)ou em cápsulas. O alimento original é raridade em feiras e mercados, mas os demais formatos estão nas prateleiras de lojas de produtos naturais (entre R$ 30 e R$ 50) e até na Casa Pedro (média de R$ 100, o quilo). No caso da versão em pó, em geral, é misturada a sucos, saladas de frutas, iogurtes e shakes.

A falta de energia foi o que motivou a confeiteira Roxana Moreno a experimentar a maca peruana. Tomou a farinha durante um mês e sua impressão, no entanto, é de que não surtiu o efeito desejado:

— Misturava o pozinho com iogurte e frutas todos os dias pela manhã, mas confesso que não me senti mais disposta.

A medida a ser ingerida é de uma colher de sopa por dia — a consultar.

— A maca peruana pode ser usada em doses mínimas todos os dias. Mas o ideal é passar por uma avaliação médica antes — completa Romualdo.

Há controvérsias sobre sua capacidade de ajudar no emagrecimento.

— Não existe formula mágica. A busca por um estilo de vida saudável com prática de atividade física e alimentos de baixa carga glicêmica é o que determina. A maca peruana é fonte de minerais e antioxidantes envolvidos no metabolismo energético e na preservação da massa muscular — diz a nutricionista Andrea Santa Rosa.

Para o nutricionista Pedro Assed, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a maca peruana pode ser uma aliada no controle de diabetes.

— Como ela é rica em fibras, a velocidade de absorção de glicose no organismo é reduzida, o que faz com que indivíduos com intolerância a glicose possam adotá-la — observa Pedro.

Reportagem publicada no “New York Times” em dezembro traz um panorama sobre a situação do cultivo de maca peruana nos Andes. Já teve armazém saqueado, sementes contrabandeadas e aumento na exportação para países como Estados Unidos e China. Produtores locais temem perder o controle sobre o cultivo e a venda. No último ano, o tubérculo pulou de US$ 4 (o quilo) para US$ 22.

CAROLINA RIBEIRO

Copyright © 2015 O Globo S.A.

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